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A Rapariga que Roubava Livros, de Markus Zusak

Edição/reimpressão: 2008
Páginas: 236
Editor: Editorial Presença
 
"Quando a morte nos conta uma história temos todo o interesse em escutá-la. Assumindo o papel de narrador em A Rapariga Que Roubava Livros, vamos ao seu encontro na Alemanha, por ocasião da segunda guerra mundial, onde ela tem uma função muito activa na recolha de almas vítimas do conflito. E é por esta altura que se cruza pela segunda vez com Liesel, uma menina de nove anos de idade, entregue para adopção, que já tinha passado pelos olhos da morte no funeral do seu pequeno irmão. Foi aí que Liesel roubou o seu primeiro livro, o primeiro de muitos pelos quais se apaixonará e que a ajudarão a superar as dificuldades da vida, dando um sentido à sua existência. Quando o roubou, ainda não sabia ler, será com a ajuda do seu pai, um perfeito intérprete de acordeão que passará a saber percorrer o caminho das letras, exorcizando fantasmas do passado. Ao longo dos anos, Liesel continuará a dedicar-se à prática de roubar livros e a encontrar-se com a morte, que irá sempre utilizar um registo pouco sentimental embora humano e poético, atraindo a atenção de quem a lê para cada frase, cada sentido, cada palavra. Um livro soberbo que prima pela originalidade e que nos devolve um outro olhar sobre os dias da guerra no coração da Alemanha e acima de tudo pelo amor à literatura."

Este livro é uma lufada de ar fresco. E certamente considero-o genial porque me fez sorrir levianamente no autocarro, rir e chorar. é um livro para quem amou e odiou O Diário de Anne Frank.
Sim, também relata a história de uma adolescente que teve de lidar com a Alemanha Nazi e tudo o que ela arrastou consigo; sim, também considera todas as suas crises adolescentes (a importância do certo e errado, a complexidade das emoções, os temores infantis, os devaneios febris e os sonhos inalcançáveis) e sim, também se aborda, ainda que de uma forma bastante medida e com sensibilidade, a problemática do Holocausto, dos judeus escondidos e dos pobres desgraçados que foram apanhados.
Mas no meio disto tudo, é um relato ficcional e consciente por parte do autor, com uma maior perspectiva e diferenciação temporal, que inclui momentos únicos e agridoce, que nos prendem até à última página.
Depois, não há tão genial numa leitura corrente como uma personificação da Morte, atarantada com os seus próprios fantasmas e por vezes incomodada com o trabalho que lhe compete. E à qual é incumbida a narrativa.
Para além disso, encontrar uma personagem cujo anseio pelas palavras, pelo conhecimento e pelos livros a faz querer mais que tudo compreender o que elas compõem é um retornar à infância, já que eu própria ficava frustrada com 5/6 anos, antes de ir para a primária, por não perceber nada dessas conjunções de caracteres que compõem o mundo escrito.
Confesso que nas primeiras páginas achei o discurso algo incoerente e fiquei um bocado desconfiada mas ao fim do primeiro capítulo já estava rendida. É dos livros que gostei mais de ler em 2011, até agora.

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